sábado, 1 de maio de 2010
Lira da estrela
Da vida me despeço agora.
(Não da vida, mas do viver)
Despeço-me do quase viver,
Do quase agir, da farça de sentir.
Como uma estrela, distante anos-luz,
Sou.
Da Terra, tem o brilho mais bonito e original,
De perto, tudo poeira, tudo átomos fora da dança.
Como o brilho da estrela é minha alma.
Da Terra, lá está ele intocável
De perto, desapareceu.
A estrela morre enquanto o brilho viaja.
O corpo caminha enquanto a alma chora.
O brilho acaba,
Fica só a poeira.
A vontade acaba,
Fica só a incerteza.
Dispersos como matéria cósmica,
Meus seres não se encontram e,
Enquanto viajam,
Perdem o brilho,
Viram estrelas mortas,
Que distantes iludem
Com o brilho nelas suposto.
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Não tenho como comentar sobre o âmago de alguém... e este alguém sendo você, meubenquerer.
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