quinta-feira, 29 de julho de 2010



O violão e a música cantada baixinho fizeram doer o coração do pobre moço. Ali no bar, na mesa de canto mal iluminada, ninguém saberia descrever o que passava na cabeça dos dois.
Nenhuma palavra e muito sentimento, muita vontade.
Música. Ela servia pra preencher os ouvidos, colocar os corações no mesmo ritmo. A cerveja deveria tê-los deixado mais soltos, mas o que houve foi que estavam aflitos... E cheios de dúvidas. Ele queria carregá-la dali e possuí-la com todo o seu amor. Ela queria simplesmente fugir.
Olhares manhosos e corpos quentes. Seria tão mais fácil se naquele momento começassem a se odiar, se ele a desapontasse a ponto dela querer esquecê-lo ou se ele se apaixonasse pela garçonete!
Não adiantava, aquele era o momento em que duas solidões se encontravam, em que o vazio de um preenchia o do outro. Em cada abraço desacostumado, buscavam a própria alma como a última chance de liberdade.

- Quem são eles?, perguntavam.
- Devem estar se despedindo.

Mas os dois lá no canto nasciam - enquanto não despertassem.

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