quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A vida I


E quem diria que eu te veria crescer! Crescer e acabar desse jeito, desgastada pelas próprias lágrimas, vítima do próprio castigo, do próprio engano.

Quem diria que aquela garotinha gorducha e sapeca, tentando se equilibrar nos pezinhos, de olhos mais singelos que o próprio amanhecer e sem malícia, sem mágoas... Aquela menina que um dia quis voar da janela e seguir uma borboleta iria acabar assim.

A garotinha que foi se tornando uma mocinha, de cachos loiros e pele alva, com os mesmos olhos inatingíveis pela sujeira que todos adquiriam perto dela! Aquela que preferia brincar de casinha sozinha porque somente ela entendia seu mundo e estava muito bem assim. Aquela que quis dar leite ao gato da rua...

Quem diria! Se desmoronássemos perante tudo de errado que acontece, a humanidade não teria chegada a um terço do que é.



É preciso força pra seguir.

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